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Paulo Geovane dos Santos 43 anos
Paulo Geovane dos Santos era agricultor e tinha 43 anos. Na hora do rompimento da barragem, ele estava cuidando de seus animais e da sua plantação em um sítio que mantinha em comodato com o proprietário, nas proximidades do Córrego do Feijão. Casado com Sueli de Oliveira, ele era uma pessoa sempre alegre e adorava trabalhar com a terra.
“Paulo era um ser humano de primeiríssima grandeza, maravilhoso. Quem não o conheceu, perdeu”, afirma Sueli, que conheceu o marido em um baile. “Para a gente namorar, ele foi e falou com meu pai. E a época que vivi com ele foi a melhor da minha vida. Agradeço a Deus todos os dias por ter me dado a oportunidade de ter conhecido um ser humano tão bom”, completa.
Na véspera da tragédia, Sueli lembra que Paulo estava muito ansioso para ajudar na organização da festa de chá-revelação da filha, que ocorreria no dia seguinte. Ele, então, pediu para Sueli um de seus pratos preferidos: maionese com pescoço de peru.
“Eu fiz. Mas lembro que ele não dormiu nada naquela noite e, por volta das 9h, foi para o Córrego do Feijão”, conta a esposa, que também seguiria com ele, mas acabou se envolvendo com outras tarefas e decidiu ir mais tarde. “Ele me ligou ansioso, 15 minutos antes da tragédia, dizendo que eu estava demorando muito para chegar”
Até hoje Sueli não sabe exatamente em qual ponto da propriedade o marido estava na hora do acidente. Quando ela chegou ao local, foi recebida por alguns dos cachorros que Paulo mantinha no sítio. “Quando me viram, choraram”, diz.
A família e os amigos chegaram a procurar por Paulo na mata, com a esperança que ele tivesse sobrevivido, e também pagaram o aluguel de uma máquina para procurar o corpo enterrado na lama de rejeitos, sem sucesso. Apenas 60 dias após a tragédia os bombeiros conseguiram localizar o corpo. “Ele estava a 5 metros de profundidade”.
Além da esposa e enteados, Paulo deixou uma filha.